Caríssima/o:
Foi uma noite daquelas que não mais passam.
E o luar?!... Esplendoroso.
Agora, reunidos e ensonados, procurávamos sair do encantamento para a realidade. Muito tínhamos que conversar depois da dispersão provocada pelo aparecimento da autoridade.
Quando chegou a vez do João P. falar, os seus olhos abriram-se mais, e disse:
- Nem queirais saber!... Quando cheguei a casa, o portão estava só encostado. Olá, pensei, como é isto? Que se passa? Olhei à volta, não vi nada de esquisito, fechei o portão como era costume e tranquei-o. Sem fazer barulho, deitei-me. Estava mesmo a passar... quando ouço umas pancadas leves no portão. Pus-me alerta e as pancadas repetiram-se. Lá fui...
- Quem está aí?
- Abre depressa...
- O que é que o pai, a estas horas, anda …
Não me deixou terminar e com uma voz de nenhuns amigos soprou:
- Fui ver se te via... Vai-te deitar, meu sacana, que o que tu merecias sei eu!...
Não ouvimos mais: rebentou estrondosa gargalhada que ainda hoje se ri quando nos encontramos nos caminhos da vida.
E um BOM ANO vos deseja o
Manuel
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