Mãe:
Sem saber ler nem escrever, sempre me fascinou a extraordinária maneira como conjugava os verbos ser, ter, partilhar.
Chegar o Pai a casa, pôr em cima da mesa a magra e apetecida féria, era um momento!
Vê-la deixar tudo o que estivesse a fazer para se sentar a olhar para as poucas notas e moedas juntas naquele montinho, era o segundo momento!
E começava «Tanto para a loja; este para uns tamancos para a Isaura; para o caderno do Artur este...» e concluía voltada para o Pai:
- Toma lá vinte e cinco tostões para o tabaco da semana... que ele é que te há-de levar à sepultura!
Como gostaria de não esquecer as suas lições e sentir sempre o calor do seu colo o filho
Manuel
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