sábado, 30 de julho de 2022

Os caracóis do senhor José


 

Caríssima/o:

Caracóis... caracóis... caracóis... e mais caracóis... e ainda caracóis... subiam pela parede saindo da caixa de papelão.

E o senhor José, de pijama, perisca na mão, olhava a cena e sacudia a cabeça com um sorriso que lhe era muito próprio. Ele, que passara toda a tarde do dia anterior a apanhar aqueles caracóis para preparar e se deliciar debaixo da nogueira, não queria acreditar que o maroto do seu amigo tinha feito aquilo.

- Mas sim, foi ele! Aquele malandro!-repetia para quem o queria ouvir. Pobre do senhor José que teve de voltar a apanhar a bicharada, que lhe proporcionou uma tarde de arromba com umas cervejinhas frescas.

[Entretanto tudo se esclareceu quando o acusado voltou da pescaria iniciada às quatro da manhã. Os caracóis apinharam-se na tampa da caixa de papelão que cedeu, abriu uma fenda por onde furaram os fugitivos].

Manuel

Sem comentários:

Enviar um comentário