terça-feira, 14 de junho de 2022

O Catrazana

 

Caríssimo:
Trouxemos ontem o Padre Rodrigo para o Postal; temo que alguns o não tivessem conhecido. Por isso, vou ali buscar o livro MURTOSA – Gente nossa, de Lopes Pereira, e copiar uns parágrafos; melhor do que ninguém nos dirá quem e como era o bom do Padre Rodrigo. Vamos lá:
Sobre o magro e enxuto de carnes, compleicional entre o alto e o tarraco, olhos vivos e penetrantes, mostrava um talhe pouco avantajado, mediano e comum, sendo, em boa verdade, um tipo curioso de sacerdote.
Sem peguilhos de nenhuma espécie nem tropeços de mórbido bairrismo, antes um sadio levita do Senhor com tendências liberais, embora comedidas, este bon vivant do padre Rodrigo era contumaz nas facécias reinadias e sempre de riso aberto à flor da pele. Tão franco de si como porta que nos abrisse, de par em par, um interior aconchegado de presenças amigas e de repousante tranquilidade. … Acabava por sublinhar, geralmente, com uma risadinha pegadiça, sonorosa e de fina estridência, as suas alegres e despreocupadas conversas, as mais das vezes banais e inçadas de fantasmagóricas proezas em caçadas e pescarias de que ninguém dera conta.
Vai longa a transcrição mas longe do meio da «missa» e o retrato fica muito incompleto, por isso vos pede desculpa o
Manuel



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