O Catrazana
Caríssimo:
Trouxemos
ontem o Padre Rodrigo para o Postal; temo que alguns o não tivessem
conhecido. Por isso, vou ali buscar o livro MURTOSA – Gente
nossa, de Lopes Pereira, e copiar uns parágrafos; melhor do que
ninguém nos dirá quem e como era o bom do Padre Rodrigo. Vamos lá:
Sobre
o magro e enxuto de carnes, compleicional entre o alto e o tarraco,
olhos vivos e penetrantes, mostrava um talhe pouco avantajado,
mediano e comum, sendo, em boa verdade, um tipo curioso de sacerdote.
Sem
peguilhos de nenhuma espécie nem tropeços de mórbido bairrismo,
antes um sadio levita do Senhor com tendências liberais, embora
comedidas, este bon vivant
do padre Rodrigo era contumaz nas facécias reinadias e sempre de
riso aberto à flor da pele. Tão franco de si como porta que nos
abrisse, de par em par, um interior aconchegado de presenças amigas
e de repousante tranquilidade. … Acabava por sublinhar, geralmente,
com uma risadinha pegadiça, sonorosa e de fina estridência, as suas
alegres e despreocupadas conversas, as mais das vezes banais e
inçadas de fantasmagóricas proezas em caçadas e pescarias de que
ninguém dera conta.
Vai
longa a transcrição mas longe do meio da «missa» e o retrato fica
muito incompleto, por isso vos pede desculpa o
Manuel
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