CAROLINA AUGUSTA DE ALMEIDA MARTINS

 

D. Carolina:

Aparece o seu nome nesta placa e as pessoas mais curiosas perguntam: Afinal quem é esta Senhora?

Os anos vão passando e nem mesmo as pessoas mais idosas se lembrarão da Senhora, mas muitos dos nossos antepassados passaram pela sua sala de aula e aprenderam as letras e a ser mais gente. E acredite que ainda hoje há a memória de que era professora a tempo inteiro, do nascer ao pôr-do-sol, na sala e depois em sua casa.

Talvez a placa pudesse ser um tudo nada mais explícita e um pouco mais respeitada.

Com os melhores cumprimentos do

Manuel

ELVIRA SOARES

 

Caríssima:

Vir hoje cumprimentá-la é o trazer para junto de nós a Escola da Ti Zefa e aquela multidão infinda de rapazes e raparigas que enchiam as casas, as ruas, as vielas e os campos da nossa Gafanha. Mas não havia professores/as para tanta garotada.

E a Elvira quis ser Regente Escolar e vir, na sua bicicleta, dar aulas nessa Escola!

Ficou, para a nossa geração, como exemplo de rapariga sonhadora, com vontade firme e de uma valentia inexcedível.

Beijinho de saudade do

Manuel

MARIA DA LUZ ROCHA (FACICA)

Tia Maria da Luz:

Quem diria que por baixo desse escuro da viuvez irradiava energia de mulher revolucionária!

A força, que interiormente a animava e que impulsionava todos os que a rodeavam, foi geradora de obra que espantou o mundo e semeou Esperança.

A Obra da Providência, a instituição que criou para mulheres e raparigas maltratadas pela sociedade, estava muito à frente do seu tempo e revelava uma visão e capacidade raras.

Muito a admira o

Manuel

 

CATARINA DE BRAGANÇA

Alteza:

A vida de uma Infanta não era fácil e a Fortuna levou-vos para a Inglaterra onde casastes com o rei Carlos II.

É-nos muito difícil imaginar-vos naquela intriguista corte! Porém, as crónicas o afirmam, conseguistes manter sempre junto de vós o rei e ainda marcastes os hábitos da corte e da sociedade em geral, deixando-lhes a geleia de laranja e o hábito de beber chá, além de lá ter introduzido o uso dos talheres e do tabaco.

Cortêsmente vos saúda o

Manuel 

 

TERESA DE JESUS RIBAU

 

Ti Teresa:

Por aquilo que tenho ouvido, a última dor que a dilacerou foi o Senhor levá-la sem ver o seu filho Manuel ordenado de sacerdote.

Para trás ficou uma vida exemplar de trabalho e dedicação ao marido e aos filhos, com a canseira da casa e da lavoura nos campos.

Mas o seu sonho era acompanhar o seu filho no dia da ordenação e nesse sonho se envolvia de alma e coração.

Certamente rejubilou no Céu nesse dia, 20 de setembro de 1947, e disso está certo o

Manuel

ROSA DE ATAÍDE FERNANDES

Querida Madrinha:

Amanhã, se Deus quiser, faz 85 anos que pôs a sua mão na minha pequena cabeça. Era então uma menina de 16 anos e a sua alegria era imensa por ser madrinha de um sobrinho. Certamente não pensou na responsabilidade do acto, mas ao longo dos anos essa sua alegria irradiava no seu sorriso quando nos encontrávamos. E então na Páscoa, a entrega do folar e o pedido da bênção!... Ah! Que saudades!

Olhe, parece que a estou a ver a passar com a sua companheira de sempre, a sua bicicleta, e já pela mão (que não se segurava em cima dela) e como, para a receber com o seu sorriso, gostaria de lhe pedir a bênção o seu afilhado

Manuel

 

MADRE TERESA DE CALCUTÁ

 

Madre:

Aí está com o seu sorriso!

Sempre me interrogo como conseguia sorrir no meio de tanto sofrimento e de tanta miséria.

Talvez nos explique um pouco nos escritos que deixou:

O sofrimento, quando aceite com amor, transforma-se em alegria.

A verdadeira santidade consiste em fazer a vontade de Deus com um sorriso.

Assim será certamente e muito lhe agradece o

Manuel